Reflexos


Reflexos

Jenario de Fátima

Trago males de quem ama em excesso.
Quando amo me entrego totalmente.
Se culpado tenho ares de inocente,
Se inocente aparento réu confesso.

Sou cobaia de um estranho processo,
Algo novo feito de envelhecimento.
Sou carícia, sou afago, sou tormento.
Sou um aceno de adeus quando regresso.

E se caço, me ponho em lugar da caça.
Me alegro quando a vida não tem graça
Me omito se é preciso ter coragem.

Nestes seres tão distantes, mas parelhos
Vive um “eu” refletido nos espelhos,
Espelhos que só mostram sua imagem.

BSB /9/01/08- 4,30 da madrugada.

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